Wednesday, January 24, 2007

Felipe e a Creche - Texto 22

Respeitar alguém é oferecer nossos melhores sentimentos.

Quando Felipe, do alto de seus 3 aninhos, entrou para a creche, começou a perceber isso.

Em casa, ele, filho único de um jovem casal, era senhor do mundo, dono de todos os brinquedos e de todas as atenções.

A creche tinha sido escolhida a dedo. Era perto de casa, tinha boas instalações e funcionários muito bem treinados. Papai e Mamãe, depois de muito pensar, acharam que era o melhor para o menino, que ele começasse logo a conviver com outras crianças.

Felipe não chorou nem um pouquinho. Afinal, a creche era um mundo novo que se abria para ele. Era colorida, cheia de brinquedos e de novos amiguinhos com quem ele poderia brincar e brincar e brincar.

Papai e Mamãe ficaram aliviados, pois perceberam que tinha sido mesmo uma boa idéia.

Logo no começo, Felipe aprendeu uma das regras mais claras da vida em sociedade: é preciso RESPEITAR os direitos dos outros e, portanto, nem sempre fazemos o que queremos, pois o que queremos, muitas vezes, pode prejudicar os nossos semelhantes.

Na creche, os brinquedos deveriam ser divididos entre todos os coleguinhas. Se um deles, por exemplo, estava com um carrinho na mão, o outro não podia simplesmente ir pegando, sem pedir ou negociar. Se um colega estava no colo da funcionária, os outros não podiam simplesmente expulsá-lo dali. Era preciso esperar a vez.

Aos poucos, Felipe foi percebendo que era parte de uma coletividade e, por isso, precisava respeitar os direitos dos colegas. Percebendo isso, a adaptação dele à creche foi tranqüila. O garotinho deixou de pensar que o mundo girava ao redor do umbigo e compreendeu a importância do respeito, para a vida em sociedade.

Felipe, de 3 anos, entendeu muito bem a lição. Pena é que tantas outras crianças (e adultos!) ainda não tenham entendido...

Tuesday, January 02, 2007

Férias Divertidas - Texto 21

Finalmente, as férias chegaram. É o término de mais uma jornada, de um ano inteirinho cheio de esforço: acordar bem cedinho (mesmo nas manhãs chuvosas!), prestar muita atenção no que está sendo ensinado, esforçar-se para entender o que é dito e, ainda por cima, fazer uma série de deveres.

Legal é, no finzinho do ano, ver que tudo valeu a pena, principalmente por ter aprendido mais sobre o mundo, sobre a vida, sobre as pessoas. Além disso, também é uma delícia receber um boletim com boas notas, passar de ano, ter a sensação do dever cumprido.

Houve uma época em que Marcos passava o dia inteiro na televisão e no computador. Mexia um pouquinho na Internet, parava, assistia a um desenho, jogava um joguinho, voltava para a TV e assim por diante. Sabem o que acontecia, depois de alguns dias?

Tédio total e absoluto, meus amigos. Marcos começou a achar tudo chato de galocha. Os programas da televisão, que antes ele morreria para assistir, pois eram exatamente no horário escolar, passaram a parecer repetitivos. Os jogos de computador, por sua vez, deixaram de parecer desafiantes. Na Internet, então, ele não tinha mais idéia de que site visitar, tamanha tinha sido sua freqüência.

Completamente entediado, Marcos passou então a reclamar para todo o mundo - mãe, pai, cachorro, parede...

- Que férias mais chatas!!! Não tem nada pra fazer!!

Ninguém parecia ouvir. Ou melhor, até que os pais ouviam, mas... fazer o quê? Todos os dois trabalhavam fora e não estavam, bem, vocês sabem, eles não estavam... de férias e, então, não tinham muito tempo para o garoto.

A salvação de Marcos foi a chegada da avó, Dona Magali. Ela tinha vindo passar um tempo na casa do garoto e, para ele, não poderia ter acontecido coisa melhor. É que a mulher não estava para brincadeira. Ou melhor, ela estava totalmente para brincadeira e, por isso, foi logo falando:

- Menino, você passa tempo demais em frente à televisão!!! Está a manhã inteira por aí! - pegou o controle e, sem dó nem piedade, foi logo desligando.

É claro que Marcos ficou uma fera. Era o programa favorito dele!

- Ah, vó!! Liga aí!!

- Só ligo se você me prometer que vai sair da televisão e do computador.

- Mas não tem nada pra fazer, vó!

Ele não contava com a astúcia da avó:

- Tem sim, menino! Como não? Você termina de assistir este programa e a gente começa, de uma vez por todas, umas férias de verdade. Que tal?

E não é que ela tinha razão???

A avó ensinou ao neto alguns jogos de tabuleiro, que ele achou um barato. Passaram muitas tardes disputando uma emocionante partida de xadrez.

Visitaram a biblioteca pública da cidade e Marcos passou algumas manhãs, lendo divertidas histórias, que ele mesmo tinha escolhido.

Com o estímulo de Dona Magali, desceu para a praça próxima ao edifício onde morava e, no fim de alguns dias, já fazia parte do time de futebol da quadra. No time, muitos e muitos amigos novos, que ele, enfurnado dentro do apartamento, nem imaginava morassem tão perto.

Brincou de caça ao tesouro, de pique-esconde, soltou pipa no parque e se divertiu bastante.

Foram, decididamente, as férias mais animadas que ele já tinha vivido. Foram as férias em que se libertou da ditadura eletrônica.
(Feliz Ano-Novo!!!)