Thursday, October 26, 2006

"Quem é meu próximo?" - Texto 13

Olá, Pessoal!
Quero agradecer MUITO à Sabrina e à Jane, que fizeram comentários super carinhosos e linkaram O Pequeno Espírita, lá no blog delas. Meninas, vocês não imaginam o quanto o apoio de vocês é importante para o projeto!

O texto a seguir é escancaradamente inspirado na Parábola do Bom Samaritano. O legal é trocar o nome dos times, quando for contar, de forma que as crianças entendam a grande rivalidade entre eles.

Abraço fraterno,
Issana
TEXTO

Flamenguista animado descia longa ladeira, empoleirado em moto nova. Estava saindo da final de campeonato. Como estava feliz! Tinha sido uma partida difícil, mas um lindo gol, ao final do segundo tempo, garantiu a vitória ao time.

Repassando as cenas alegres dos últimos instantes da partida, distraiu-se, por alguns instantes, e isso foi suficiente para perceber que um pequeno animal atravessava a estrada, bem à sua frente. Não deu tempo de frear e, em ato reflexo, desviou a moto para o acostamento e foi ao chão.

Ficou desacordado por um bom tempo. Quando acordou, percebeu que estava bastante ferido. Arrastou-se para mais perto da estrada e, trêmulo, pensou na difícil situação em que se encontrava: era noite fechada, a estrada não era muito movimentada e o celular estava sem bateria.

Quase que imediatamente, um carro apontou e ele começou a mexer os braços, com muito esforço. O condutor, outro flamenguista apaixonado e professor de ética em renomada universidade, viu a cena daquele estranho homem ensangüentado, e imediatamente pisou no acelerador, falando consigo mesmo: “Que perigo! Como está inundada de sangue esta pessoa! Deve ser algum bandido, que se arrastou até aqui. Não paro de jeito nenhum!” E continuou a viagem, já com o pensamento na aula sobre solidariedade que daria na manhã do dia seguinte.

O pobre homem machucado deu um suspiro fundo. Sabia mesmo que isso aconteceria. Saiu mancando e se sentou, num canto mais afastado. Com atenção, percebeu que, provavelmente, tinha quebrado alguma costela e esfolado todo o braço. A sorte tinha sido o capacete, que lhe tinha protegido a cabeça. A moto jazia num canto e era um punhado de ferros retorcidos.


Esperou por mais de meia-hora, até que descia, pelo caminho, um espírita convicto, voltando de comovente reunião. O flamenguista repetiu o mesmo processo: agitava os braços, esperançoso de conseguir ajuda. O espírita, confundindo acidentado com desencarnado, ficou animado: “Nossa, minha mediunidade aflorou! Comecei a ver espíritos! E como esse espírito aí está sofrendo. Vou fazer uma oração por ele...” E continuou o caminho, satisfeito com a decisão.

O flamenguista viu o carro se afastando, ladeira abaixo, levando boa parte de suas esperanças. A madrugada se aproximava e ele, sem socorro adequado, pensava ter poucas chances de sobrevivência.

Passado certo tempo, dali se aproximou vascaíno, vindo também da partida. Vinha meio chateado com a derrota, mas não deixou de observar a figura desalentada que, vestindo camisa do time rival, estava à beira da estrada, ao lado de moto retorcida.

Freou o carro e, mesmo atrasado como estava, perguntou, preocupado, o que tinha acontecido. Ligou para a ambulância de hospital de cidade próxima e ajudou no que pôde, oferecendo os primeiros-socorros. Quando a ambulância chegou, esperou que o ferido fosse colocado dentro dela e acompanhou-a, em seu próprio carro. Chegando ao hospital, registrou o paciente e, descobrindo que ele não tinha convênio médico, se dispôs a pagar todas as despesas. Comunicou os familiares do flamenguista sobre o acontecido e só foi embora quando, madrugada alta, percebeu que o acidentado já estava em franca recuperação, cercado pelos familiares.

Qual exemplo você acha que deve ser seguido?
(Texto inspirado na sagrada Parábola do Bom Samaritano)

Thursday, October 19, 2006

CARIDADE - Texto 12

Olá!

Este texto é um dos meus preferidos...

Um abraço,
Issana


Texto
Era uma vez uma terra encantada, onde felizes habitantes viviam em paz, cuidando dos afazeres, convivendo em harmoniosas famílias e participando de lindos festivais de arte.

Cada pessoa, quando completava 7 anos, recebia um pacote do tamanho do mundo, onde estavam infindáveis estrelinhas coloridas. Essas estrelinhas se chamavam caridades.

As caridades eram entregues às crianças, com uma séria recomendação. João Otávio, quando foi receber o seu pacote, ouviu da mãe:

- Essas estrelinhas coloridas se chamam caridade e não devem ficar escondidas, longe das outras pessoas. Pelo contrário, as caridades devem ser distribuídas entre todas as pessoas com as quais você entrar em contato, durante toda a vida longa e feliz que você terá.

- Puxa, mãe, é cada estrela mais linda que a outra – respondeu o menino–. E são diferentes umas das outras, né?

- É, sim, meu filho. É por isso que, antes de distribuí-las, você deve prestar muita atenção na outra pessoa, para ver o que ela está precisando. Assim, você poderá escolher a caridade certa para oferecer.

- Ah, mãe, então não posso dar qualquer uma para qualquer um, não??

- É claro que não, meu filho! Ah, e uma outra coisa importante...

O menino respondia, enquanto olhava, encantado, as estrelinhas que, soltas pelo ar, giravam em torno dele e da mãe:

- E o que é, mãezinha?

- É que você também, por toda sua vida, vai receber inúmeras caridades, de diversas pessoas, e é bom que tenha o coração aberto, para receber a bondade estrelada que virá de outras pessoas. Este é o segredo da nossa terra encantada: estamos sempre preocupados com a felicidade dos outros e. para fazê-los felizes, nunca deixamos de oferecer estrelinhas de caridade para eles.

- Nossa, quer dizer que este é o segredo da vida, mamãe? – E completou, animado: - Já posso começar a distribuir caridades agora?

- Claro que sim, meu filho...

O menino escolheu uma bela caridade azul e deu um beijo e um abraço na mãe, dizendo:

- Eu te amo, mãe, e vou me esforçar, por toda a vida, para nunca esquecer de distribuir caridades e de fazer as outras pessoas felizes!

A mãe, com os olhos cheios de lágrimas de emoção, abraçou forte o filho, que demonstrava ter entendido a importância da caridade.
Você sabia, Pequeno Espírita, que também nós recebemos de Deus a capacidade de fazer o Bem para os outros, por meio da prática da caridade para com todos?

Wednesday, October 11, 2006

Um Amigo Nada Imaginário - Texto 11

Olá!

O tema da história de hoje é "Anjo Guardião".

Espero que gostem!

Deus ilumine a todos...


Issana

Era uma vez uma menina chamada Letícia, que descobriu que tinha um amigo invisível.

Não, ele não era imaginário. Era apenas invisível.

A história toda começou quando ele foi participar de uma aula de evangelização. No meio da turminha, ela ouviu o que dizia Tia Matilde:

- Meus pequenos espíritas, todos vocês têm um amigo invisível. Algumas pessoas chamam esse amigo de anjo da guarda. Outras, de anjo guardião. Algumas outras dizem que é o espírito protetor. E vocês sabem o que ele faz?

Lucas correu para responder:

- Ah, você disse, tia, ele deve proteger, né?

- Exatamente, Lucas! Ele está lá do outro lado, no Plano Espiritual, e se responsabilizou, quando a gente voltou para a vida terrena, por nos orientar e inspirar.

Érica estava interessada:

- Mas, tia, a gente não vê ele mesmo?

- Algumas pessoas, denominadas médiuns, podem até vê-lo, mas a maioria de nós passa a vida toda recebendo a ajuda dele, por meio da boa inspiração, nos momentos difíceis, mas, enxergá-lo mesmo, não conseguimos, pois ele está num outro plano, o Plano Espiritual. – e completou - Não é muito legal poder contar com o apoio dele?

- É, sim, Tia Matilde – respondeu logo a Letícia, com olhos sonhadores.

Letícia foi embora para casa e, durante a semana inteirinha, pensou bastante sobre o assunto. Achava essa idéia maravilhosa: todos, sem exceção, têm um amigo que os auxilia e ampara. O tempo todo, Letícia ficou imaginando o que diria seu Espírito Protetor.

Quando ela participou da campanha de reciclagem de lixo, na escola, o Espírito Protetor, se não fosse invisível, certamente diria: “ Parabéns pelo trabalho, Lê! Você me deixa muito feliz!”

Quando respondeu mal para a mãe: “Cuidado, Letícia. Você não está certa em ser tão agressiva. Sua mãe só quer te ajudar”.

Quando ajudou duas amigas, brigadas, a fazerem as pazes: “ Grande gesto, Letícia! Foi isso mesmo que combinamos do lado de lá, que você iria sempre ser instrumento da Paz de Jesus no mundo!”

É claro que então, desde que descobriu que todos os seus pensamentos e ações eram acompanhados por um Amigo Invisível (mas nada imaginário!), que torcia para que ela, a cada dia, amasse mais e mais, Letícia passou a buscar sempre fazer coisas boas e a evitar as más. Afinal, ela não queria decepcionar um amigo tão querido!
Você sabia que, assim como a Letícia, também tem um Anjo Guardião que se preocupa com a sua evolução e o auxilia nas dificuldades? Está na hora de, assim, como ela, escolher o Bem, para toda a sua vida!

Thursday, October 05, 2006

OS FALANTES - Texto 10

Olá, pessoal!
Para o texto a seguir, cujo tema é "Violência", postei também o plano de aula que utilizarei, no final do mês, no Encontro de Crianças.
Espero que seja útil!
Fiquem com Deus.
Issana
Texto
A história que vou contar para vocês aconteceu há pouco tempo, numa cidade muito parecida com a sua.

Um objeto não-identificado caiu, à noite, no parque, e gigantesco clarão iluminou a cidade. A partir daí, coisas estranhas começaram a acontecer: os animais e objetos dispararam a falar!

Era impressionante. Você se sentava na cadeira e ela, zupt, reclamava: “ei, que história é essa de não pedir licença, hein?”. Ia tomar um gole de água e o copo perguntava: “você tem certeza de que eu estou limpo?”. Na hora da tosa, a poodle sussurrava: “capriche aí, que eu estou há semanas sem vir ao salão”.

O mais interessante era que, no meio da falação, o que os bichos e objetos mais repetiam era o quanto se sentiam mal diante da violência do mundo: guerras, discussões, brigas e desentendimentos eram sempre citados por eles, como causa Tornado, por exemplo, um vira-latas, grandão e muito gente-fina, repete, sem parar:

- Na vida feliz de cão, a única coisa que me entristece é saber que há tanto desrespeito com animais. Saber que as pessoas maltratam meus irmãos, caçam só por diversão e usam até casaco de pele é uma coisa muito triste! É maldade pura... Se eu pudesse fazer alguma coisa...

Ted Fusca, um carro meio velhinho, mas super bem cuidado, lavado e encerado, comenta, horrorizado, enquanto está parado no sinal vermelho:

- Nas andanças que faço pela cidade, já vi de tudo: carro correndo, carro batido, carro com defeito, carro importado e carro-de-boi. Mas o que mais me espanta é a violência das pessoas. É impressionante. Buzinam sem necessidade. Fecham o outro motorista. Falam palavrões e fazem gestos feios. Uma moto minha amiga já viu, inclusive, uma pessoa tirar a vida da outra, por causa de uma coisa desse tipo! Não é terrível??

Teresa, por sua vez, é uma parede, que agora tagarela o tempo todo:

- A-do-ro ser parede. É sempre bem movimentado por aqui, pois há o pai, a mãe e as três crianças. Eles costumam ser legais e contar coisas super interessantes sobre a vida lá fora. Fico bem atenta, para não perder nada.Só não gosto quando eles começam a brigar. Nossa, sai de baixo! Filho briga com filho, mãe com pai e o pai, com todos. É uma gritaria danada. Sempre sai alguém machucado. Quando não é olho roxo, é um coração partido. É tão bom quando a família está em paz! E eu, mesmo sendo uma parede, sei que um lar onde as pessoas se respeitam é um lugar muito melhor para se viver.

As pessoas ouviam isso, nos mais diversos lugares e, no dia seguinte, quando o efeito misterioso passou e as coisas voltaram ao normal, com cachorros latindo e paredes mudas, tudo tinha um ar diferente. É que, finalmente, graças ao que disseram animais e objetos, as pessoas descobriram que o melhor é viver em paz e que a violência só causa prejuízos e destruição.

Sugestão de Plano de Aula (Texto 10)

Tema: Violência

Objetivos gerais: - conscientizar-se de que a violência se manifesta no cotidiano de todos nós e de que felicidade depende da eliminação de práticas violentas;
- desenvolver atitudes de respeito ao próximo

Objetivos específicos: - identificar e eliminar práticas violentas do próprio cotidiano;
- reconhecer a importância de se viver em paz.


Recursos e materiais: - saquinhos de papel, meias, varetas, tinta, lápis de cor, tesoura etc.

Desenvolvimento
1. Incentivação: perguntar se já assistiram filme em que bichos ou objetos falavam. Faça com eles um exercício de imaginação: se os objetos da sua casa ou os animais que você conhece falassem, o que eles diriam? Deixar que as crianças exponham suas idéias e, depois, convidá-los a ouvir o texto "Os Falantes".
2. Fixação
Depois que o texto for discutido, proponha que as crianças construam fantoches, utilizando os diversos materiais (saquinhos de papel, varetas, meias etc.). Peça que sejam fantoches de animais e objetos. Posteriormente, de forma voluntária, proponha que elas dramatizem o que acham que aquele animal/objeto diria sobre os prejuízos da violência.

3. Avaliação
Durante a apresentação das dramatizações, observar se manifestam atitudes de respeito e consciência, em relação ao repúdio à violência e à promoção da paz na vida social.