Otávio quer ser médico - Texto 19
Esta é a história de um amigo meu chamado Otávio, um cara que teve um sonho e lutou para torná-lo realidade.
Desde muito pequeno, Otávio cismou que ia ser médico. Quando dizia isso, a maioria das pessoas achava estranho. Seu Zé da padaria até chegou a dizer:
- Imagine, menino! Sua família mal tem como pagar o leite pra vocês! Para fazer medicina, você vai precisar fazer boa escola. Para se manter no curso, vai precisar comprar livros e aparelhos caros. – E ainda completou, implacável: - Um menino que nasceu onde você nasceu, neste bairro pobre, deve ser menos ambicioso. É melhor pensar noutra coisa!
Nesse dia, Otávio foi para casa meio chateado. Afinal, era o que ele mais queria e achava que o Seu Zé pudesse ter mesmo alguma razão. Não era melhor esquecer essa idéia?
Chegou em casa e foi logo desabafar com a mãe. D. Nadyr, sábia senhora, interrompeu o trabalho que fazia, no tanque lotado de roupas sujas, que ela lavava para ajudar nas despesas da casa. Pegou o menino pela mão e, ajoelhando-se em frente a ele, olhou-o nos olhos e disse:
- Meu filho, somos mesmo muito pobres, mas isso não é motivo para você desanimar. Certamente, para você as coisas serão um pouco mais difíceis que para outras pessoas, e é por isso que, desde já, quero lhe ensinar uma palavra sagrada, que vai ajudá-lo a se tornar um excelente médico!
- Ensine aí, mamãe. Que palavra é essa? – perguntou o menino, interessado.
- Essa palavra é a RENÚNCIA. Sempre que temos um objetivo maior, é preciso abrir mão de certas coisas, no hoje. Olha só, se você quer mesmo ser médico, vai ter que perder algumas partidas de futebol, no campinho, para ficar em casa estudando. Quando ficar mais moço, vai ter que abrir mão das baladas e das festas, para não gastar muito. Vai perder horas de sono, de lazer... Vai ter que renunciar a muita coisa para, lá no final da história, conseguir cuidar de vidas, trazer a cura para as pessoas. – E completou: - Você está disposto?
- Claro que sim, mamãe. Quando a gente quer muito alguma coisa, precisa lutar para conseguir, né?
- É, e lutar é também abrir mão do que gostamos, para fazer alguém feliz, hoje ou amanhã! Uma mãe que deixa de dormir o sono gostosinho, para cuidar do bebê que chora, está renunciando. Um pai que faz um trabalho difícil, durante anos a fio, para pagar as despesas dos filhos, está renunciando. Uma flor que se deixa arrancar, para enfeitar o altar, está renunciando. Tudo na vida é renúncia, meu filho, e, se você quer mesmo ser médico, não pode se esquecer dessa lição!
Durante os anos que se seguiram, Otávio nunca deixou de ouvir, dentro de si, a voz mansa e paciente da sua mãe, a ensinar a mais inesquecível das lições. Foram anos de muita dificuldade e de privações. Em muitos momentos, até pensou em desistir, mas sempre se lembrava de que é preciso renunciar e hoje, finalmente, vê mãe e pai assistirem, orgulhosos, à tão sonhada formatura.
Desde muito pequeno, Otávio cismou que ia ser médico. Quando dizia isso, a maioria das pessoas achava estranho. Seu Zé da padaria até chegou a dizer:
- Imagine, menino! Sua família mal tem como pagar o leite pra vocês! Para fazer medicina, você vai precisar fazer boa escola. Para se manter no curso, vai precisar comprar livros e aparelhos caros. – E ainda completou, implacável: - Um menino que nasceu onde você nasceu, neste bairro pobre, deve ser menos ambicioso. É melhor pensar noutra coisa!
Nesse dia, Otávio foi para casa meio chateado. Afinal, era o que ele mais queria e achava que o Seu Zé pudesse ter mesmo alguma razão. Não era melhor esquecer essa idéia?
Chegou em casa e foi logo desabafar com a mãe. D. Nadyr, sábia senhora, interrompeu o trabalho que fazia, no tanque lotado de roupas sujas, que ela lavava para ajudar nas despesas da casa. Pegou o menino pela mão e, ajoelhando-se em frente a ele, olhou-o nos olhos e disse:
- Meu filho, somos mesmo muito pobres, mas isso não é motivo para você desanimar. Certamente, para você as coisas serão um pouco mais difíceis que para outras pessoas, e é por isso que, desde já, quero lhe ensinar uma palavra sagrada, que vai ajudá-lo a se tornar um excelente médico!
- Ensine aí, mamãe. Que palavra é essa? – perguntou o menino, interessado.
- Essa palavra é a RENÚNCIA. Sempre que temos um objetivo maior, é preciso abrir mão de certas coisas, no hoje. Olha só, se você quer mesmo ser médico, vai ter que perder algumas partidas de futebol, no campinho, para ficar em casa estudando. Quando ficar mais moço, vai ter que abrir mão das baladas e das festas, para não gastar muito. Vai perder horas de sono, de lazer... Vai ter que renunciar a muita coisa para, lá no final da história, conseguir cuidar de vidas, trazer a cura para as pessoas. – E completou: - Você está disposto?
- Claro que sim, mamãe. Quando a gente quer muito alguma coisa, precisa lutar para conseguir, né?
- É, e lutar é também abrir mão do que gostamos, para fazer alguém feliz, hoje ou amanhã! Uma mãe que deixa de dormir o sono gostosinho, para cuidar do bebê que chora, está renunciando. Um pai que faz um trabalho difícil, durante anos a fio, para pagar as despesas dos filhos, está renunciando. Uma flor que se deixa arrancar, para enfeitar o altar, está renunciando. Tudo na vida é renúncia, meu filho, e, se você quer mesmo ser médico, não pode se esquecer dessa lição!
Durante os anos que se seguiram, Otávio nunca deixou de ouvir, dentro de si, a voz mansa e paciente da sua mãe, a ensinar a mais inesquecível das lições. Foram anos de muita dificuldade e de privações. Em muitos momentos, até pensou em desistir, mas sempre se lembrava de que é preciso renunciar e hoje, finalmente, vê mãe e pai assistirem, orgulhosos, à tão sonhada formatura.
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