Thursday, September 07, 2006

BARULHEIRA - Texto 06

Olá, pessoal!
Gostaria de agradecer a visita da Pelagia, minha amiga evangelizadora lá de Recife. Espero que continue aparecendo por aqui e que a gente consiga levar adiante nossos planos de trabalho conjunto.

O texto a seguir trata de reforma íntima e de auto-conhecimento. Como são barulhentas as nossas angústias íntimas, que nada mais são que alarmes abençoados, a nos provocar mudança e redefinição de rumos!

Mas um dia a gente aprende, não é mesmo?

Sugiro trabalhar o texto e, depois, fazer atividade, dividindo uma folha sulfite ao meio, e colocando duas colunas? “já consigo” (onde as crianças colocarão o que já consideram conquista delas, no Bem), e “ainda vou conquistar”(onde colocarão aquilo que pretendem batalhar para conquistar).

Um abraço fraterno,
Issana

TEma: REFORMA ÍNTIMA
Texto: BARULHEIRA

A casa inteira acordou assustada. O barulho era mesmo insuportável, às 3 horas da madrugada. Parecia uma campainha e era bastante irritante: péin, péin, péin, péin!! Sem pausa, sem um segundo de sossego: péin, péin, péin!!!

Luli, a cachorrinha poodle, latia bastante. Ela parecia estar com muito medo.

Sofia não sabia o que fazer: abraçava Luli, para acalmá-la ou corria para os braços da mãe que, a esta altura, procurava, por todo lado, a chave do carro?

- Onde coloquei, onde coloquei, onde coloqueeeiii????

Com a cachorrinha no colo, a menina acompanhou a mãe até a janela. Devagarzinho, Beatriz abriu uma fresta da janela, conferindo a garagem:

- É, acho que tá seguro.

Abriu a porta e, lá fora, o barulho era maior ainda: péin, péin, péin, péin!!!

- O que aconteceu, mamãe??

- É o alarme novo do carro que disparou, Sofia... Tá desregulado! Alarmes são importantes, quando funcionam bem, mas, se estão desregulados, iiiihhh....

- E agora??

- Agora, vamos chamar o Seu Geraldo, aqui do lado, que ele é mecânico e pode nos ajudar a resolver o problema.

Antes mesmo que ela terminasse de falar, chega o Sr. Geraldo que, com a maior boa-vontade, abriu o capô do carro e mexeu em algo lá dentro.

Foi como um milagre.

Tudo voltou a ficar silencioso e calmo. Todos poderiam voltar a dormir.

- Que coisa legalzinha, mamãe!!!

- Foi mesmo! Que alívio, né? Obrigada, seu Geraldo. Obrigada mesmo!

- De nada, D. Beatriz. Amanhã a senhora passa lá na oficina, pra gente dar um jeito de vez!
Uma boa noite para vocês!

- Boa noite, seu Geraldo! Desculpe o barulho, viu?

Foram para dentro e, enquanto cobria a menina com as cobertas e fazia carinho no cachorrinho, a mãe disse:

- Coisa chata, né, Sofia?

- Ô, mãe, um horror! Levamos um sustão!

- O pior é que muita gente carrega um alarme desses, aqui, ó – e colocou as mãos na cabeça e no peito da filha.

- Ahn?

- É... muita gente não sabe fazer uma coisa fundamental: fazer silêncio interior. Ficam escravas dos próprios pensamentos negativos, que funcionam como este alarme aí fora: só fazem barulho.

- Hummm... e por isso são infelizes, né?

- Muito, minha filha. Tanto barulho sempre faz mal. Imagine só um barulhão desses aí, dentro da sua cabecinha?

- Credo, mãe! Mas e como é que a gente faz para não ter esse alarme apitando?

- Faça como o Seu Geraldo fez: ouça o alarme com atenção, veja o que ele significa e, depois, desligue-o!

- E como é que eu faço isso ?

- Em primeiro lugar, procure se conhecer bem, garota!

- Mas eu me conheço, mamãe. Sou a Sofia!

A mãe deu um sorriso:

. Mas não é disso que estou falando, minha filha. Falo de outra coisa. É o seguinte: todo dia, quando for deitar, se pergunte, como nos ensinou Emmanuel, “que fiz de bom hoje, que só um amigo de Jesus poderia fazer?”. Aí, vá lembrando do seu dia, procurando seus acertos e erros e prometa, intimamente, corrigir os erros e persistir nos acertos, no dia seguinte. E aí você vai conseguir um sono silencioso, tranqüilo e bom, pois vai estar amparada pelos Bons Espíritos, sem que os alarmes barulhentos gritem no seu coração:

- Ah, mãe, acho que vou fazer isso sim... Eu não agüentaria essa... barulhada toda... a vida inteira, não... – e a menina foi fechando os olhinhos, sonolenta.

Beatriz viu que a filha tinha mesmo dormido e saiu, fechando a porta, devagarzinho.

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